O luto agora habita no silêncio da casa do falecido Sr. Cosmo. |
Levantara cedo o homem que vivera da pesca do caranguejo,
partindo logo em seguida com seu saco de estopa para a margem do Rio Sanhauá. Dia
de sol e mangue generoso, logo retornara com o resultado do trabalho do seu
dia. Calça encharcada de lama, aos 93 anos, o Sr. Cosmo mantivera a rotina de
todos os dias. Seria aquele o último dia do pescador. Chegou em casa e largou
sua inseparável sacola em um canto qualquer. Os caranguejos respiravam por ele
o último ar, viam as últimas imagens do dia, mexiam-se enquanto os movimentos e
o arrastado da sandália do Sr. Cosmo se tornavam cada vez mais silenciosos. Antes
do meio-dia... Fechou os olhos.